A cantora Rita Lee, rainha do rock brasileiro e nome que despontou durante o tropicalismo com a banda Os Mutantes na década de 1960, faleceu nesta segunda-feira, dia 8, sendo um dia de luto para seus fãs e admiradores.
A cantora, teve a morte confirmada através de uma nota em seus perfis oficiais, e do marido, Roberto de Carvalho.
“Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no fim da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”, escreve a nota.
Ainda segundo o comunicado, o velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, nesta quarta-feira dia 10, das 10h às 17h. “De acordo com a vontade de Rita, seu corpo será cremado. A cerimônia será particular. Nesse momento de profunda tristeza, a família agradece o carinho e o amor de todos” – conclui.
Rita Lee foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021, desde então vinha seguindo tratamentos de imunoterapia e radiodetapia e entrou em remissão da doença, mas nos últimos tempos, esteve com a saúde muito debilitada.
Trajetória
Rita Lee Jones de Carvalho, conhecida como Rita Lee, foi uma cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora e ativista brasileira. É conhecida como a “Rainha do rock brasileiro”. Rita alcançou a marca de 55 milhões de discos vendidos, sendo a quarta artista mais bem-sucedida neste sentido no Brasil.
Ao longo de sua carreira, ela explorou uma variedade de gêneros musicais, começando com o rock e, posteriormente, flertando com a psicodelia durante a era do tropicalismo, além de transitar pelo pop rock, disco, new wave, MPB, bossa nova e eletrônica. Seu hibridismo pioneiro entre gêneros internacionais e nacionais deixou uma marca indelével na música brasileira.
Rita é amplamente reconhecida como uma das mulheres mais influentes do Brasil, sendo uma inspiração para aqueles que começaram a tocar guitarra a partir de meados dos anos 1970. Como ex-integrante do grupo Os Mutantes (1966-1972) e do Tutti Frutti (1973-1978), ela esteve envolvida em importantes revoluções na música e na sociedade. Suas canções, muitas vezes regadas com ironia ácida ou reivindicações pela independência feminina, alcançaram grande sucesso nas paradas. Algumas das mais populares incluem “Ovelha Negra”, “Mania de Você”, “Lança Perfume”, “Agora Só Falta Você”, “Baila Comigo”, “Banho de Espuma”, “Desculpe o Auê”, “Erva Venenosa”, “Amor e Sexo”, “Reza”, “Menino Bonito”, “Flagra” e “Doce Vampiro”. O álbum Fruto Proibido (1975), lançado com a banda Tutti Frutti, é considerado um marco fundamental na história do rock brasileiro e é tido por muitos como a obra-prima de Rita.
Em 1976, Rita iniciou um relacionamento amoroso com o guitarrista Roberto de Carvalho, que desde então foi parceiro da maioria de suas canções. Juntos, tiveram três filhos, incluindo Beto Lee, também guitarrista, que frequentemente os acompanhava em shows. Rita é uma defensora dos direitos dos animais e adotou um estilo de vida vegano. Com uma carreira que já ultrapassou seis décadas, a artista evoluiu desde a inovação e o gueto musical dos anos 1960 e 1970 até as baladas românticas de grande sucesso nos anos 1980 e uma contínua revolução musical, tendo colaborado com diversos artistas, incluindo Elis Regina, João Gilberto e a banda Titãs. Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone publicou uma lista dos cem maiores artistas da música brasileira, na qual Rita ocupa o 15º lugar.
Autobiografias
Em 2016, ela lançou “Rita Lee: uma autobiografia” onde falou com sinceridade sobre episódios da carreira, como quando foi expulsa dos Mutantes em 1972, e da vida pessoal, como a luta contra o alcoolismo.
Também foi produzida uma segunda autobiografia. A cantora havia compartilhado um vídeo do livro pelas redes sociais no início de maio deste ano.
“Dizem que capricornianos nascem velhos e morrem crianças, que são ambiciosos e disciplinados, nessas me reconheço mais no ascendente Aquário, da visionária porra-louca.”
Rita Lee
